Poemas
Baião de Dois
Esta é a estória do arroz
Que vivia na solidão
Branquinho e delicado
Sofria de pressão
Ranzinza ele era
Com banca de mau
Não tinha bom gosto
Se achava sem sal
Até que um dia
Num panelão
Esperando o fim sem graça
Acrescentaram o feijão
Admirado
Observou então
Como era moreno e forte
Não resistiu a atração
Aproximou-se
Com o esquentar da situação
E os dois saltitantes
Entregaram-se a tentação
Arroz quis dançar uma bossa
Regada a lamentação
Feijão que era casca grossa
Disse que o negócio dele era o baião
Se enroscando no arroz de jeito
Que evitasse hesitação
O moreno rodopiou pela panela
E amoleceu seu coração
O arroz ficou corado
Enfim se entregou
Com tanta emoção
Desmanchou
E assim felizes ficaram
No final daquela tarde
E provaram
Que todo ser têm sua metade.
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